PUBLICADA NOVA EDIÇÃO 2024 - V. 02 - REVISTA MÍDIA E DESIGN
A segunda edição da Revista Mídia e Design consolida seu compromisso em difundir estudos e reflexões que permeiam o universo da comunicação, da tecnologia e das mídias interativas, considerando as implicações sociais, culturais e mercadológicas de cada tema abordado. Nesta edição, percebe-se um fio condutor que relaciona a inovação tecnológica a questões de sustentabilidade, criatividade, saúde mental e responsabilidade ética, aspectos fundamentais para o debate acadêmico e profissional contemporâneo.
O primeiro artigo, ao apresentar o estudo de caso AdDress The Future, destaca o potencial das campanhas de marketing digital voltadas à sustentabilidade. Trata-se de uma iniciativa pioneira na criação de roupas 100% digitais, cujo desenvolvimento, livre de impactos ambientais, obteve reconhecimentos internacionais e fomentou discussões sobre o uso de softwares avançados, como o Marvelous Designer, na construção de peças virtualizadas.
Em seguida, o debate sobre as ferramentas digitais de colaboração (Slack, Miro e Figma) ressalta como esses recursos são essenciais na transformação do trabalho em equipe, viabilizando processos criativos à distância. A capacidade de integrar diversas habilidades, acelerar a produção de ideias e manter a coesão de grupos espalhados geograficamente reforça o papel determinante da tecnologia no fomento da inovação.
A gamificação, por sua vez, surge como um importante ingrediente nos setores de educação, marketing e design de experiências, demonstrando que o uso de elementos lúdicos contribui para o engajamento, a motivação e a retenção de conhecimento. O artigo que aborda esse tema apresenta casos bem-sucedidos de aplicação de mecânicas de jogo em diferentes contextos, comprovando a força dessa estratégia na criação de conexões mais profundas com o público.
Outro destaque é a análise de elementos visuais em jogos eletrônicos, com foco em títulos consagrados como Red Dead Redemption II e Cyberpunk 2077. Ao relacionar teoria das cores, psicologia da percepção e semiologia, o estudo desvenda como cores, formas e símbolos potencializam a experiência do jogador, construindo imersão e narrativas relevantes que transcendem o ambiente de entretenimento.
A importância do conteúdo interativo no marketing digital também é ressaltada nesta edição. As pesquisas e exemplos práticos demonstram que esse tipo de abordagem estimula maior participação dos usuários, eleva o tempo de permanência e proporciona informações valiosas sobre o público, possibilitando ações de personalização e contribuindo para a construção de marcas mais sólidas.
No âmbito social, a campanha Powerless Queen propõe reflexões a respeito das condições de vida de milhões de mulheres na Índia, bem como sobre a mobilização de recursos para causas humanitárias. O uso de uma mecânica de xadrez, na qual a rainha é “impotente”, escancara a realidade desoladora enfrentada por tantas indianas e evidencia o potencial de projetos criativos e sensibilizadores para promover mudanças efetivas.
A discussão sobre o impacto das mídias digitais na saúde mental aprofunda-se em pontos cruciais, como o vício em redes sociais e a exposição constante a algoritmos que incentivam o uso prolongado dessas plataformas. A reflexão sobre práticas de equilíbrio digital torna-se, assim, imprescindível para que a sociedade compreenda os riscos inerentes e, ao mesmo tempo, se valha dos benefícios de uma conectividade global.
A criação de conteúdo multiplataforma, por sua vez, mostra-se uma estratégia fundamental para atender às demandas e preferências diversificadas do público atual. O texto que aborda storytelling e adaptação de narrativas entre diferentes mídias ressalta o valor da coerência e da consistência no desenvolvimento de histórias que transcendem ambientes físicos e digitais, agregando experiências imersivas e interativas.
Por fim, o artigo sobre inteligência artificial apresenta como grandes conglomerados de mídia utilizam a tecnologia para colher e organizar informações, ao mesmo tempo em que enfatiza a necessidade de supervisão e controle humanos para manter a precisão e a imparcialidade do conteúdo. O uso ético da IA é apontado como elemento-chave para se evitar a propagação de erros ou o empobrecimento informacional.
Assim, os trabalhos aqui reunidos ilustram a missão da Revista Mídia e Design de fomentar discussões críticas e consistentes a respeito do cenário midiático e tecnológico. Ao apresentar abordagens que vão da sustentabilidade à responsabilidade social, passando por ferramentas de criação colaborativa, gamificação, saúde mental e inteligência artificial, esta segunda edição reforça a importância de um olhar abrangente e multidisciplinar. Espera-se que a leitura dos artigos incentive pesquisas futuras, inspire práticas inovadoras e estimule o debate responsável em torno das oportunidades e desafios que se apresentam na era digital.
Tarcísio Peres • Editor
Coordenador do Curso de Design de Mídias Digitais
Faculdade de Tecnologia de Carapicuíba
